Pregando para a Glória de Deus

por

Allen Harrison




Há muitas passagens da Escritura que dão conselho e encorajamento àqueles que estão envolvidos na pregação do evangelho. Em 2 Coríntios 4 Paulo desvela uma variedade de verdade que se aplicam a esta obra da proclamação do evangelho.


O Privilégio (4:1)

Paul escreve, “visto que temos este ministério”. O ministério do evangelho é um dom. Nós cremos num chamado divino para pregar. Ela não é uma obra que alguém assume simplesmente como uma vocação; pelo menos não deveria ser. O peso do ministério requer um sendo de urgência divina na pessoa que responde a tal desafio. Paulo continua, “assim como recebemos misericórdia”. O ministério do evangelho está relacionado com a misericórdia de Deus, como em tudo o mais na experiência cristã. Ele é um dom pela misericórdia de um Deus gracioso. Em Efésios 3:7-8 Paulo fala do evangelho “do qual eu me tornei ministro segundo o dom da graça de Deus....a mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar entre os gentios as insondáveis riquezas de Cristo”. Se você pudesse perguntar a Paulo no final de sua vida: “Paulo, você alguma vez já sentiu um senso de assombro de que a você tenha sido este grande privilégio de pregar o evangelho?” Eu creio que ele teria dito, “Todos os dias da minha vida!” Irmãos, consideremos este maravilhoso assunto de estarmos envolvidos na pregação do evangelho como o maior de todos os privilégios, aparte do nosso próprio relacionamento salvífico com o Senhor. Seja eternamente grato que o Senhor tenha te chamado. Gratitude pelo privilégio lhe ajudará a “não desanimar”, ou como poderíamos dizer, “jogar a toalha!” Você pode ser tentado a assim fazer, mas um senso de gratitude por tamanho privilégio lhe manterá firme.


Os Princípios (4:2)

Há dois princípios primários neste verso para nos guiar em nossos ministérios. O primeiro é a ênfase sobre a integridade de caráter. Nós, como Paulo, devemos “rejeitar as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem manuseando a palavra de Deus enganosamente (nem adulterando a palavra de Deus)”. À medida que Paulo defende o seu próprio ministério, ele nos lembra que o caráter do ministro tem muito a ver com o caráter do seu ministério. Integridade de caráter e santidade pessoal fornecerá uma motivação pura no ministério de alguém. Ele não buscará manipular os outros para lucrar. O segundo princípio mencionado é a ênfase na verdade. Paulo diz, “pela manifestação da verdade”. A integridade de caráter está fundamentada num compromisso com a verdade bíblica. Verdade é que fomos comissionados a pregar. Uma confiança firme na Escritura, juntamente com uma vida de obediência constante a essa verdade, é requerida por um ministério eficaz da palavra. O exemplo de Paulo deveria nos desafiar continuamente em nossas convicções e ações. Integridade de caráter e compromisso com a verdade bíblica são princípios fundamentais para o ministério.


O Problema (4:3–4)

Há um sério e humanamente insuperável problema no ministério. O problema é a condição espiritual daqueles a quem devemos pregar o evangelho. Eles são descritos como “aqueles que estão perecendo”. Eles estão em total ruína espiritual. Eles são também ditos ser incrédulos. Eles não crêem, e não podem crer, na verdade do evangelho, não importa quão claramente ele seja proclamado. O problema essencial é sua falta de entendimento espiritual da verdade de Deus. Suas mentes são cegas para a verdade, portanto, elas não podem crer, e assim, estão perecendo. Eles nunca percebem que sua condição, nem são capazes de produzir naturalmente uma mudança transformadora nela. Você não pode explicar o evangelho para um indivíduo perdido de forma que ele ou ela possa natural captar o significado da verdade. O pecado afeta o nosso intelecto, emoções e vontade. É requerido mais do que um pregador persuasivo para tratar com este problema. Você está convencido da sua incapacidade para uma pregação eficaz do evangelho? Você está pregando àqueles que estão espiritualmente mortos, cegos, sem vida, desamparados e surdos para o evangelho e completamente insensíveis à verdade espiritual. Contudo, devemos pregar continuamente a tais ouvintes com grande confiança na solução de Deus para este problema. Vejamos agora o que esta solução envolve.


A Pregação (4:5–6)

“Somos arautos…de Cristo Jesus o Senhor”. Paulo não discute uma variedade de formas de tratar com o problema espiritual dos incrédulos. Ele não propõe diferentes táticas a serem usadas para assegurar uma resposta espiritual. Ele se move imediatamente de uma clara visão do problema para a tarefa primária nos dada para tratar com ele, pregando a Jesus Cristo como Senhor.

A despeito da inabilidade dos ouvintes entenderem o evangelho, continuamos a apresentá-lo a eles, porque temos em mente a verdade do verso 6, “Deus....Se mostrou em nossos corações para dar a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo”. Que encorajamento para o pregador e para todos os que buscam compartilhar o evangelho. O Deus da criação é o Deus da salvação. Ele é poderoso e soberano em Sua obra de criação. O mesmo se dá na salvação. Ele remove a cegueira espiritual, faz com que a verdade seja entendida, inclina o coração para crer e faz Cristo real como Salvador e Senhor para a pessoa que anteriormente não tinha nenhuma preocupação com tais coisas.

Oh, que esperança podemos ter quando pregamos a verdade com a convicção de que Deus pode trazer a luz do evangelho aos corações mortos e obscurecidos. Quem Ele assim o faz, a glória será dEle, e dEle somente.


O Poder (4:7)

Novamente, Paulo fala da fraqueza em contraste com o poder de Deus. Nós, os “vasos de barro”, temos este incrivelmente valioso tesouro do evangelho. Quando Deus faz com que as pessoas respondam à Sua verdade, a honra é dada a Ele, não aos potes de barro! Francamente, há evidentemente muitíssimos pregadores que não estão contentes com este arranjo. O ministério da Palavra é um lugar fácil de expressar a alto-exaltação. O que poderia mais inapropriado do que um homem tomando crédito pela “ressurreição de um morto”? Sendo usado pelo poder de Deus para trazer pessoas à vida e saúde espiritual é um assunto maravilhoso para se considerar. Quão seriamente ele deveria ser tomado. Quão humildemente ele deveria ser tratado. Na pregação, nosso foco deve estar na verdade de Deus, o poder de Deus e a glória de Deus. O humor deveria ser mui cuidadosamente expresso neste contexto. Uma jovem senhora, me descrevendo o seu pastor disse, “Oh, ele é um grande pastor. Só ele consegue me fazer rir!” Como outros teriam dito, você não pode ser um profeta e um palhaço ao mesmo tempo. Você não pode ser um comediante e um pregador da graça de Deus ao mesmo tempo. Manuseie o humor cuidadosamente. Ele é valioso, mas perigoso.

Estudemos duro para aprender mais o grande valor do tesouro do evangelho e busquemos o poder de Deus para efetivamente usa-lo através destes frágeis vasos humanos, para que Ele possa glorificado agora e para sempre.


A Pressão (4:8–13)

Não há nada mais estimulante do que ser o instrumento que Deus usa para o bem spiritual dos outros. Mas o privilégio da pregação é algumas vezes no contexto de pressões únicas. Paulo descreve algumas de suas próprias experiências nestes versos. Todo pregador é familiar com pressões similares, se não idênticas, em sua vida e ministério. Não é algo para se entender, mas sim uma realidade para ser tratada. Algumas pressões e problemas vêm da nossa própria fraqueza, pecado e fracasso. Outras vêm de diferentes fontes, conhecidas ou desconhecidas. A coisa importante é nossa reação às pressões. Paulo diz, “nós somos...não angustiados...não desanimados...não desamparados...não destruídos...para que a vida de Jesus se manifeste também em nosso corpo”. Novamente, o Senhor deve ser glorificado em nossas pressões assim como em nossa pregação. É fácil escrever estas palavras. Possa o Senhor nos dar a graça para cumpri-la.


Os Prospectos (4:14–18)

Todo crente precisa ter uma “visão longa”. Precisamos pensar muito sobre o que está diante de nós no talvez não tão distante futuro. Como o pregador enfrenta os assuntos da incredulidade e a falta de resposta em seu testemunho, o declínio espiritual na igreja e a crescente corrupção na sociedade, ele precisa frequentemente pensar profundamente sobre os seus, e de todo crente, prospectos para o futuro. De acordo com estes versos, os prospectos para o cristão são gloriosos! “A quele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco....por isso, não desanimamos...o nosso homem interior se renova de dia em dia...não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. Todas estas grandes verdades deveriam nos fortalecer no meio das pressões da vida e do ministério. E há muito mais. Em Apocalipse 22:3 João nos lembre, “Os Seus servos O servirão”. Servir ao Senhor, de qualquer forma, já é maravilhoso aqui. Pense como será servi-Lo na glória. Nenhum pecado atrapalhará. Nenhum tempo constrangerá. Nenhuma programação conflitante. Liberdade absoluta para servir Aquele que de Sua misericórdia de graça nos deu o privilégio de servi-Lo aqui. Agradecemo-Lo por isso e sigamos em frente, enquanto esperamos aquele glorioso dia.



Este artigo foi adaptado de uma mensagem pregada na Associação Batista Tri-County, em Branson, Missouri, Março de 2003.

Original: Founders Journal · Spring 2004 · pp. 25-28

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 26 de Abril de 2005.


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