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Acertando as nossas contas morais por Joseph Mizzi

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Coríntios 5.21)

Eu me pergunto o que se passava pela cabeça de Onésimo, um escravo fugitivo, enquanto ele viajava de volta para o seu mestre, de Roma até a cidade grega de Colossos. “Ele vai me receber graciosamente? Ou ele vai me punir como normalmente acontece quando escravos fugitivos são pegos?” A sua única esperança era uma pequena carta escondida na sua capa. 

Onésimo fugiu do seu mestre, Filemom, depois de ter possivelmente furtado dinheiro dele. Ele acabou em Roma, onde encontrou o apóstolo Paulo e se tornou cristão. Paulo sabia que Onésimo deveria retornar ao seu mestre para consertar seus erros. Então Paulo lhe deu uma carta pedindo que Filemom o recebesse de volta: “Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo. E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em minha conta” (Filemom 1.17-18)

Paulo dá a Filemom uma razão dupla pela qual ele deveria perdoar e receber o seu servo. Paulo pede ao mestre para perdoar o seu servo e promete pagar quaisquer dívidas. “Lança tudo em minha conta”, Paulo lhe diz. Ademais, ele pede a Filemom para receber o seu servo “como se fosse a mim mesmo”. Em outras palavras, “trate esse querido amigo meu da mesma forma que você cuidaria de mim”.

Enquanto viajamos a jornada dessa vida de volta ao nosso Criador, também devemos pensar sobre esse encontro imponente. Também somos fugitivos, fugimos de Deus com nossos pensamentos e ações pecaminosos. Será que Deus vai nos receber ou vai nos rejeitar e punir por nossos muitos pecados?

Tudo depende se carregamos ou não no coração uma carta especial, a mensagem do Evangelho escrita nas Sagradas Escrituras: “Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado” (Romanos 4.5-8).

Aqui está a dupla promessa de Deus para nós que cremos em Jesus: Deus olha para a nossa conta moral e cancela todas as nossas dívidas, ele não conta mais os nossos pecados contra nós. Ademais, Deus credita a justiça na nossa conta, mesmo se não trabalhamos para ela.  Ele “atribui justiça, independentemente de obras”.

Em outro lugar, as Escrituras nos dizem como Deus pôde ser tão gracioso para conosco, pecadores imerecedores. Os pecados que Deus perdoa são todos carregados pelo seu Filho. “… o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53.6). “Aquele que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós”. Na cruz, Jesus deu a sua vida como uma oferta pelo pecado a Deus. Efetivamente, Jesus disse a seu Pai: “lança na minha conta”.

Ademais, Deus está satisfeito com seu Filho, pois Jesus sempre obedeceu à vontade do Pai. Jesus é perfeitamente justo e Deus credita a sua justiça na nossa conta. Somos feitos justos “nEle” (2Coríntios 5.21). Jesus intercede por nós, que somos unidos a Ele pela fé e, com efeito, apela ao Pai: “recebe-os como se fosse a mim mesmo”.

A Bíblia não nos diz o resultado do encontro entre Onésimo e Filemom, mas podemos estar certos de que, se cremos no Senhor Jesus, Deus vai nos abraçar com o mesmo amor que o Pai tem pelo seu Filho amado. 

Este é o capítulo 5 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.

Tradução por Guilherme Cordeiro.