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Alguém Precisa do Seu Segundo Idioma por Nick Whitehead

Depois que eu terminei de ensinar um grupo de jovens na Costa Rica, meu pai (fluente em espanhol) graciosamente apontou para mim a razão pela qual dois adolescentes estavam rindo durante toda a minha palestra. Eu tinha acabado de passar a última hora repetindo uma palavra que, embora tecnicamente correta na tradução, tinha conotações inapropriadas (do tipo que garotos adolescentes não podem deixar passar).

Embora eu tenha falado um pouco de espanhol durante toda a minha vida, ainda tenho que dominá-lo. Há dias que venho para casa, me dou tapinhas nas costas e digo: “Você realmente pegou o jeito agora”. Mas esses dias são raros e espaçados entre si. Na maior parte do tempo, eu ando me sentindo um pouco derrotado enquanto repasso meus erros.

Mas os estudantes de línguas não devem refletir muito sobre seus erros, lembrando-se de que Deus opera em nós – incluindo nossas fraquezas e erros – para querer e trabalhar para o seu prazer (Filipenses 2:13). Nossa motivação para continuar aprendendo não está na rapidez com que aprendemos, nem na eficácia com que nos comunicamos. Se este fosse o caso, eu teria desistido há muito tempo. Em vez disso, depois de mais de vinte anos de massacrar a língua espanhola, minha motivação vem de Deus, que tem o poder de usar meu discurso imperfeito para espalhar a notícia de seu amor por nós em Cristo a mais pessoas de língua espanhola.

Se o povo escolhido de Deus vai ouvir e receber o Evangelho, muitos de nós terão que aprender uma segunda língua. Através de meus estudos e lutas, me deparei com cinco maneiras pelas quais Deus é glorificado no processo de aprender línguas para alcançar os perdidos de cada tribo, nação e língua.

1. Ao aprender uma nova língua, aprendemos a reconhecer e confiar na soberania de Deus sobre a linguagem.

Deus é a fonte das palavras e da fala (Gênesis 1:3). É por sua palavra que ele cria (Gênesis 1:1), relaciona (Gênesis 1:26) e comanda (Gênesis 1:28). Como Criador e mantenedor da linguagem humana, Deus tem o direito e o poder de confundir a comunicação ou possibilitar a compreensão. Como a linguagem está em suas mãos, não devo perder o sono pensando na conversa de 20 minutos em que me referi a Francisco como a atual batata católica romana. Apesar desses tipos de ‘faux pas’ (erros repetidos) e às vezes embaraçosos, posso confiar que Deus usará soberanamente minha segunda língua (lentamente adquirida) em nome de Seu nome.

Sua soberania nunca deve ser uma desculpa para a preguiça no aprendizado, mas sim uma razão para uma alegre confiança em Sua graça, pois Ele nos concede a habilidade de nos comunicar com os outros, apesar de nossos erros e fraquezas.

2. Aprender uma língua vence as conseqüências do pecado.

À medida que adquirimos uma linguagem, começamos a cruzar as fronteiras de Babel, combatendo os efeitos do pecado na fala. Desde o começo da história do pecado na terra, ela influenciou e foi impulsionada pela linguagem. Satanás usou isso para tentar (Gênesis 3:1), Adão e Eva usaram para culpar (Gênesis 3:12-13) e Deus usou isso para condenar (Gênesis 3:14-19). Então, em Gênesis 11, os planos pecaminosos dos homens em Babel levaram Deus a distorcer e confundir sua linguagem.

Muitas vezes, me perguntei por que Deus, depois de intencionalmente confundir nossa capacidade de nos comunicar, nos daria a difícil tarefa de alcançar os perdidos de toda língua. Deus confundiu a linguagem porque os homens procuravam roubar de Sua glória. Aprendemos línguas, com a ajuda de Deus, para dar-lhe a glória que Ele merece, até que seja louvado em todas as línguas.

3. A missão da Igreja depende do aprendizado de idiomas.

A diversidade de línguas pode ser uma pedra de tropeço para a proclamação da palavra de Deus (1 Coríntios 14:9-11; Ezequiel 3:5-6), mas também é evidente que Deus concebeu a linguagem como uma parte necessária de sua história de redenção (Romanos 10:17). Nossa aquisição de linguagem deve ser motivada pela necessidade de quebrar as barreiras que impedem a proclamação do Evangelho.

Em Atos 2, os crentes judeus foram capacitados pelo Espírito Santo a declarar “as obras poderosas de Deus” (Atos 2:11) em muitas línguas diferentes para os homens de todo o mundo romano do primeiro século. E as pessoas presentes no Pentecostes ficaram atônitas (Atos 2:12).Temos o mesmo objetivo na fluência: deixar homens e mulheres perplexos e impressionados com o Evangelho sendo proclamado em sua própria língua.

A tarefa da Grande Comissão não pode ser completada, a menos que os discípulos fiéis lutem intencionalmente pela fluência em segundas línguas.

4. Aprender uma língua sempre nos humilha.

Aprendizagem de línguas eleva nossa visão de Deus, nos humilhando. Qualquer aluno sério de idiomas compreende os poderes destruidores de orgulho na aquisição da linguagem. Eu ainda tenho flashbacks da vez em que eu tentei exibir minhas habilidades de linguagem para uma professora de espanhol e abri a conversa referindo-me a ela com o pronome masculino. Não importa quão constrangedor seja, devemos aprender a canalizar a humildade dessas experiências para uma maior dependência de Deus em todas as coisas.

A humilhação desse processo nunca termina, mesmo quando alcançamos maior fluência. Nós imitamos a humildade e o sofrimento de Cristo por nós, humilhando-nos e trabalhando duro para aprender uma língua. Construímos relacionamentos duradouros com os perdidos através de uma comunicação clara, para que possam ser transformados pelo Evangelho para a glória de Deus.

5. As línguas permitem que Deus seja adorado em todos os lugares.

Finalmente, o aprendizado de idiomas nos ajuda a reconhecer a intencionalidade da diversidade das línguas terrenas. Embora Deus tenha confundido a linguagem por causa do pecado, a variedade de línguas sempre fez parte do plano de Deus.

Encararemos a tarefa do aprendizado de línguas quando entendermos que o reino, o domínio e a glória de Deus sempre se estenderam a todos os povos, nações e línguas (Daniel 7:14). Os momentos mais alegres de adoração congregacional dos quais participei não foram em minha primeira língua. De fato, adorar e envolver os crentes em minha segunda língua forneceu esperançosos vislumbres de Apocalipse 7:9-10: “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.”

Deus redimirá todas as línguas para a sua exaltação, e nós, por toda a eternidade, cantaremos louvores com uma voz unificada ao glorioso Deus da linguagem.

Nick Whitehead é um missionário de curta estádia na Costa Rica, com a EFCA ReachGlobal, membro da Iglesia Bautista de Higuito, e um estudante recém-chegado no Bethlehem College & Seminary. Ele e sua esposa, Becky, têm um filho.

Traduzido por Felipe Barnabé

Fonte: Someone Needs Your Second Language

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