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O Absoluto Horror dos Pequenos Pecados por Tim Challies

Você provavelmente já ouviu dizer que todo pecado é igual. Há alguns que argumentam que realmente não existem pecados grandes ou pecados pequenos, nenhuma distinção entre atos de depravação e meros pecadilhos. Essa acusação é facilmente respondida – a Bíblia muitas vezes distingue várias gradações de pecado, de modo que algumas são consideradas mais sérias que outras. A lei do Antigo Testamento, afinal, estabeleceu punições muito diferentes para os diferentes pecados. Mais tarde, Jesus distinguiu entre adultério e olhar lascivo ou entre raiva e assassinato. Mas isso não quer dizer que pequenos pecados não tenham importância e que eles não exibam depravação humana de uma maneira especial. Pequenos pecados revelam que estamos dispostos a nos rebelar contra Deus mesmo nos menores assuntos.

Deixe-me fazer uma analogia com a paternidade. Como pais, às vezes pedimos aos nossos filhos que assumam grandes tarefas e às vezes pedimos que façam pequenas tarefas. Minha experiência de paternidade me diz que as crianças são tão propensas a expressar rebelião nas pequenas coisas quanto nas grandes. Eu meio que entendia se meu filho reclamava quando eu pedia para ele pintar a casa inteira. No entanto, pedir a ele para tirar o lixo, uma pequena tarefa que não levará mais de dois minutos, ainda é provável que provoque reviravolta dos olhos e resmungos. Não há realmente nenhuma boa razão para reclamar contra algo tão pequeno, não é? Ele faz isso apenas para mostrar que ele não quer obedecer. Essa resposta contra um pedido tão pequeno prova que ele está em estado de rebelião contra seus pais. E essa rebelião chega ao máximo. Não há nada muito pequeno para ele se rebelar.

Nossa pecaminosidade é expressa não apenas em nosso desejo de quebrar as maiores regras de Deus, mas em nossa disposição de quebrar até mesmo as menores.

A Bíblia nos assegura que, como seres humanos, estamos todos em estado de rebelião contra Deus. Mesmo nós, que fomos salvos pela graça através da fé, nos encontramos divididos entre lealdades concorrentes; embora comprometidos com Deus, também estamos comprometidos com a carne. Nós nos submetemos a Deus, mas ainda nos rebelamos contra Deus. Somos ambos santos e pecadores. Nossa pecaminosidade é expressa não apenas em nosso desejo de quebrar as maiores regras de Deus, mas em nossa disposição de quebrar até mesmo as menores. E esse é o horror total dos menores pecados. Eles provam que nossos corações são tão perversamente maus que não há área da vida em que não expressemos nossa rebelião contra Deus.

Nossa discussão sobre grandes pecados e pequenos pecados tende a girar em torno do fato de que nem todos os pecados são iguais e que alguns são maiores do que outros. Isto é verdade e é uma discussão que vale a pena ter, mas não vamos perder de vista o fato de que pequenos pecados revelam a extensão de nossa rebelião contra Deus de uma maneira que até mesmo grandes pecados não fazem. Eles mostram que nada é muito pequeno para perder a oportunidade de reclamar contra Deus.

(Obrigado a minha amiga Amy por passar uma manhã digitando para mim, incluindo este artigo.)

Traduzido por Felipe Barnabé.

Fonte: The Utter Horror of the Smallest Sins