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As almas que se quebram no chão

As almas que se quebram no chão, de Karleno Bocarro

A graça por vezes é uma vela que paira na escuridão que nos cerca — e que em sua frágil luz, revela o tamanho desta escuridão. O romance de Karleno Bocarro – um dos autores mais importantes de atual geração — é mergulho nas trevas de nossos tempos.

Neste retrato tocante e ao mesmo tempo mordaz de um grupo de amigos perdido entre Berlim e São Paulo, que em busca de uma idéia vaga de liberdade e intelectualismo acaba por mergulhar em um lodaçal de experiências que não trazem nenhum alívio, nenhuma experiência do real, há apenas a covarde tentativa fuga de si mesmo, impossível de realizar, sobrando apenas o total embotamento do ser.

Karleno escancara e há de incomodar muitas gentes com seu livro; por mostrar o hedonismo do feio, a preguiça perante o embate com a vida, o sub-intelectualismo e por fim, o triste desperdiçar de uma geração perdida para e em si mesma.

Mas ao levantar este espelho, o autor apresenta a cura mesma para nossa tragédia, pois sem reconhecermos e enfrentarmos nossos demônios interiores, jamais seremos verdadeiramente livres, jamais seremos capazes de curar a fratura de nossas almas.

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As almas que se quebram no chão, de Karleno Bocarro, ganha nova edição — revista, ampliada e definitiva.