Felizmente, quando Davi estava se preparando para enfrentar Golias, o gigante filisteu, ele não tinha um agente publicitário consigo.
E disse Davi: — Quem é esse filisteu incircunciso para que desafie os exércitos do Deus vivo?
Ao que seu agente replicou: — Davi, eu não creio que essa linguagem seja adequada em uma situação já polarizada. Ser incircunciso é apenas o costume deles. E, embora a linguagem dele seja, talvez, provocativa, cabe a nós, como cristãos, nos elevarmos acima disso. Precisamos construir pontes, não muros.
Mas Davi ignorou seu agente, assim como fez com seus irmãos, e foi buscar cinco pedras lisas no ribeiro. Golias avançou para o espaço entre os dois exércitos, acompanhado de seu escudeiro. Davi caminhou em direção a ele, com seu agente atrás, puxando-o pela manga da veste, preocupado.
— Davi, lembre-se de seus dons musicais e literários. Como você pode esperar terminar todos os salmos que Deus lhe deu se você coloca tudo em risco dessa forma? Estou preocupado não apenas com a sua morte, mas também com o fato de que, se viver, poderá ter desperdiçado seus dons com seu comportamento agressivo.
E então Golias provocou Davi mais uma vez, dizendo que o daria de comer às aves do céu.
— Veja, Davi — disse o agente apressadamente, — lembre-se de que seu discurso deve ser sempre agradável, temperado com sal.
Mas Davi disse que vinha em nome do Senhor dos Exércitos.
— Hoje mesmo o Senhor te entregará nas minhas mãos, e eu te ferirei, e tirarei de ti a tua cabeça, e usarei o teu cadáver para alimentar as aves e os animais selvagens.
— Meu Deus! — disse o agente, — isso é praticamente a mesma coisa que Golias disse. Você está retribuindo o mal por mal. Somos chamados para ser pacificadores, Davi. Lembre-se do óleo na barba de Arão. Pense no que você está jogando para o alto!
— Uma pedra — disse Davi. — Olha só…
Tradução: Thiago McHertt
