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Quatro dicas para comunicar o evangelho aos católicos romanos

Para a maioria dos evangélicos em todo o mundo, a questão do catolicismo romano surge se e quando eles estão lidando com amigos, vizinhos, familiares ou colegas que são católicos romanos e com quem eles querem compartilhar o evangelho.

Seu interesse pelo catolicismo romano tem principalmente um impulso evangelístico, e não teológico. Eles querem saber “como” compartilhar o evangelho de maneira significativa, em vez de fazer perguntas sobre a natureza do sistema católico romano e como ele difere da fé evangélica.

Isso é compreensível, dado o fato de que alguns procuram ajuda “prática” pronta para uso, em vez de procurar abordar o catolicismo romano como um todo integrado a ser cuidadosamente estudado.

É claro que, mesmo quando a preocupação inicial é testemunhar aos católicos romanos, algumas tarefas teológicas sempre precisam ser feitas ao comunicar o evangelho.

Aqui estão quatro dicas que podem ser de alguma ajuda para apresentar o evangelho aos católicos romanos. Eles não são um processo de quatro etapas nem uma receita para o sucesso. São lições que aprendi ao longo dos anos ao compartilhar o evangelho com os católicos romanos.

Dica prática #1: Não assuma ou confie em uma linguagem comum

Os católicos romanos compartilham muito do nosso vocabulário, mas eles o entendem de maneira diferente. Por exemplo, se você pensar em palavras como salvação, cruz, pecado e graça, elas são todas os mesmos termos que a Bíblia usa, mas os católicos romanos as entendem de maneira muito diferente.

A salvação é pensada como um processo aberto, onde nossas obras e os méritos que ganhamos são necessários para que ela seja recebida. A cruz é entendida mais como a eucaristia celebrada pelo sacerdote do que o sacrifício de uma vez por todas de Jesus no Calvário. O pecado é visto mais como uma doença do que como uma morte espiritual.

Poderíamos continuar sem parar. A questão é que as mesmas palavras têm significados diferentes.

Em vez de confiar em um suposto terreno comum (que é mais retórico do que real), deixe a Bíblia definir sua linguagem e conduzir sua conversa: envolva seus amigos católicos romanos na leitura da Bíblia, no estudo da Bíblia e nas conversas da Bíblia o máximo possível. Não se aproxime deles com uma atitude de “nós” versus “eles”, mas convide-os a serem expostos às Escrituras e a orar para que o Espírito Santo abra seus corações.

Pode haver temores em relação à Bíblia (lembre-se de que, até cerca de 60 anos atrás, seu acesso era restrito aos católicos) e ceticismo em torno dela (muitas vezes absorvido por meio de leituras críticas modernas). No entanto, a Palavra de Deus é poderosa para alcançar e transformar o coração das pessoas.

Dica prática #2: Esteja preparado para lutar com a natureza exclusiva do Evangelho

Ao ler ou compartilhar as Escrituras com seus amigos católicos, diversas conversas interessantes surgirão. Geralmente, elas giram em torno dos aspectos mais incisivos do evangelho.

Por exemplo, os católicos romanos podem ter grande respeito pela Bíblia, mas, para eles, ela não é a autoridade suprema. Quando confrontados com algo que a Bíblia afirma e que contradiz o ensinamento da Igreja, eles tendem a questionar mais a autoridade das Escrituras do que a da Igreja Romana.

Além disso, os católicos romanos incentivam a crença em Jesus, mas, para eles, a fé em Cristo não é suficiente para a salvação — algo mais precisa ser feito por homens e mulheres. Muitos também demonstram um tipo de amor por Cristo, mas confiam em submediadores, como Maria e os santos, que acabam desviando o foco Dele. Em outras palavras, o que está em jogo é a rejeição dos princípios fundamentais da fé bíblica: Somente as Escrituras, somente a fé e somente Cristo.

Dica prática #3: Esteja pronto para mostrar os elementos pessoais da vida cristã

Ao ler a Bíblia juntos, certifique-se de compartilhar como a Bíblia afeta sua vida. Em outras palavras, combine a leitura bíblica com seu testemunho pessoal. Esta etapa será muito útil porque incentivará seus amigos a irem:

  • Além da religião: os católicos romanos nominais tendem a separar a “vida normal” da religião. Certifique-se de mostrar cuidadosamente o impacto da Palavra na vida diária, por exemplo, experiência pessoal, trabalho, igreja e sociedade. 
  • Além da tradição: os católicos romanos tendem a ver a religião como um conjunto de práticas a serem repetidas. Mostrar a centralidade da relação com Jesus que é o Senhor de toda a vida. 
  • Além da divisão entre clero e leigos: muitos católicos tendem a considerar a religião como uma responsabilidade do clero que os leigos não têm. Mostre o fato de que todos nós somos responsáveis por nutrir nossa vida cristã em devoção pessoal e testemunho.

Dica prática #4: Esteja preparado para integrar o testemunho pessoal e a vida da igreja.

Envolver-se na leitura da Bíblia e mostrar o poder do evangelho na vida não pode ser limitado apenas às nossas vidas individuais. Convide outros amigos cristãos para a conversa para mostrar como o evangelho cria comunidades de seguidores de Jesus. Lembre-se:

  • Acreditar e pertencer andam juntos. Os católicos romanos tendem a enfatizar o último em detrimento do primeiro. Mostre a realidade de que o evangelho forma uma nova comunidade (ou seja, a igreja). Convide-os para a igreja para ver como é uma comunidade do evangelho.
  •  A importância das ordenanças instituídas por Jesus Cristo para a igreja, especialmente a ceia do Senhor. Os católicos não estão acostumados a “ouvir” como sua principal maneira de receber uma mensagem; sua mentalidade religiosa é moldada para ver e experimentar através dos outros sentidos (por exemplo, visão, tato, paladar) e no contexto da comunidade. Os cultos da igreja local são ferramentas evangelísticas maravilhosas para convidar seus amigos a ver e experimentar. 

Toda conversão a Cristo é um milagre. Ao comunicar o evangelho aos seus amigos católicos romanos, ore para que Deus se mova em seus corações para abri-los para ver a verdade do evangelho e responder à sua mensagem em obediência e fé.

Fonte: https://vaticanfiles.org/en/2023/02/210/

Tradução: Isaias Lobão (março de 2025).

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