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A desgraça da pobreza no ministério

Sobre pastores  

Ainda este ano, um amigo de nossa pequena mas ativa fundação cristã nos doou seu carro para usarmos na obra, um Mark IV Continental de 1974. Ele o mantinha em uma condição fabulosa, quase intacto, com pneus novos, e completamente revisado. Naturalmente, é uma maravilha dirigi-lo.

O carro é também um interessante barômetro religioso. De tempos em tempos, enquanto viajava para cima e para baixo pelo estado, alguém vinha comentar sobre o carro e sua condição, e perguntar sobre mim e meu trabalho. Algumas vezes, eu dizia que sou escritor — o que de fato sou —, e autor de uns vinte e cinco a trinta livros, todos em circulação. E eles ficavam impressionados. Alguns me falavam sobre carros importados, muito caros e raramente vistos, os quais achavam que me interessariam.

Outras vezes eu lhes dizia que sou pastor — o que de fato sou —, e vivo pregando e falando por todo o país. Essa resposta deixava alguns deles descontentes e até mesmo irados! Alguns, que se consideravam “bons cristãos”, falavam com ressentimento a respeito de “pregadores ricos”!

Ora, a Bíblia nos diz que “o trabalhador é digno do seu salário”, e que aqueles que trabalham bem no ministério da Palavra e doutrina são “dignos de dobrada honra”, o que significa dobrado pagamento (1Tm 5.17-18). Muitos membros de igreja agem como se Deus nunca tivesse dito isso. Um bom pastor foi a uma pequena e humilde igreja aqui na Califórnia com um corte no salário porque sentiu que deveria fazer esse sacrifício. Sua esposa teve de trabalhar fora; ele dedicou muitas horas ao ministério, formou uma membresia e, como carpinteiro, finalizou o trabalho do novo prédio da igreja. Então, após vários anos, ele pediu o salário que achava que deveria estar recebendo, e que a igreja poderia pagar. Os membros do conselho foram contra, alegando que ele poderia fazer mais!

Assim também muitos membros da igreja agem como se pobreza fosse virtude nos pastores, missionários, e professores de escolas cristãs. Eles desonram o Senhor ao desonrar seus servos.

Olhe para você. Você ficaria ressentido se o seu pastor pudesse viver melhor do que você vive? Se sim, não chame essa atitude por outro nome senão pecado e inveja, e não espere que o Senhor o louve por isso.

 

Veja aqui os livros de R.J. Rushdoony publicados pela Editora Monergismo.

Tradução: Márcio Sobrinho