“Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4.5)
A Bíblia nos ensina claramente que uma pessoa é justificada pela fé. Mas a fé é suficiente? Ela basta ou precisamos de algo mais, como os méritos das nossas obras?
A Bíblia responde essa importante questão diretamente. “… o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Romanos 3.28) e, novamente, “ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4.4-5).
Que afirmação impressionante! É ele que “que não trabalha, porém crê” que é justificado. A Bíblia não diz que Deus justifica o homem que tanto trabalha quanto crê. Deus justifica aquele que crê e não trabalha!
É claro que o apóstolo não quer dizer que um cristão não deve fazer boas obras durante a sua vida. Isso seria uma contradição com o que ele mesmo e o resto da Bíblia enfatizam vez após vez. Mas o que ele quer dizer? Em que sentido, então, são as obras excluídas?
O apóstolo deixa as obras humanas de fora como base da justificação. Ele não permite a adição de sequer um pequenino pedaço de esforço humano para esse fim. Isso é difícil para o orgulho humano aceitar! Se queremos ser justificados, eu preciso vir a Deus de mãos vazias, crendo nele, sem reivindicar qualquer mérito para qualquer bem que eu possa ter feito ou qualquer bem que vá fazer durante a minha vida cristã. Se um homem contribui com as suas obras para a justificação, então não seria pela graça.
A fé corresponde exatamente à graça. O cristão confia em Deus para lhe dar o presente gratuito da justiça, ao invés de tentar merecê-lo por seus esforços. “Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça” (Romanos 4.16). Enquanto que a pessoa que realiza boas obras com a intenção de merecer a justiça nega e rejeita a graça. As Escrituras nos advertem: “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gálatas 5.4).
Imagine um pobre mendigo sentando num canto, indigente, com fome e sede. Você tem dó dele. Você vai para um distribuidor de comida e compra uma refeição e uma bebida quente para ele. Quando você lhe oferece o presente, esse homem insiste em te dar algumas moedas. Você não aceitaria o presente, não é, porque você quer ajudá-lo como um ato de generosidade e gentileza. Você simplesmente quer que ele pegue a comida, te agradeça e coma! Deus quer que recebamos o presente da justiça pela fé e a aproveite. Ele não está nos pedindo qualquer tipo de pagamento.
A fé nos leva para longe de nós mesmos e os nossos méritos em direção a Cristo, que pela sua vida impecável e por seu sacrifício na cruz que garantiu o presente da justiça para o seu povo. A fé nos diz: “embora eu não seja digno, embora eu seja culpado, eu estou plenamente convencido de que Cristo tira todos os meus pecados e, portanto, Deus me declara justo por causa dele. Com todo o meu coração, eu confio nele somente”.
A fé é a mão que recebe de Deus o presente da justiça de Jesus Cristo. A fé é suficiente porque ela se apropria de Cristo e tudo que precisamos é ficar justos perante Deus. O próprio Senhor é a nossa justiça.
Este é o capítulo 12 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.
Tradução por Guilherme Cordeiro.