Minhas amizades têm adquirido várias camadas ao longo dos anos. Devido à minha jornada teológica e acadêmica, tenho agregado vozes de cada tradição cristã, de evangélicos a ortodoxos orientais. Mais, tenho mantido razoáveis, e até intensos, relacionamentos com pessoas que pensam politicamente diferente de mim. Tenho amigos — e por amigos, refiro-me a homens que receber-me-iam em casa hoje, se eu pedisse — que derivaram para jornadas à esquerda nos últimos anos, mas com os quais posso interagir e compartilhar uma bebida e apreciar o momento. Nossas vidas estariam em limites diametralmente opostos, se morássemos próximos, mas, ainda assim, nossos encontros seriam memoráveis.
Eu poderia facilmente apreciar a comunhão com um Tim Keller e alguns ministros da PCA, com os quais eu, veementemente, discordaria quanto a questões relacionadas a raça e a inclinações políticas. Eu também poderia, com prazer, interagir com pessoas nas tradições católico romana e ortodoxa oriental. Também tenho amigos queridos na tradição luterana, com os quais tenho muito em comum. Tenho uma gratidão de coração para com os luteranos por suas cervejas e hinos. Nós os saudamos.
Menciono esta gama de interações como prova do meu desejo por catolicidade. Mas também adiciono meu forte comprometimento com uma Reforma cafeinada, que está fadada a deixar muitos desconfortáveis, e eles podem facilmente dizer “passo” a interações comigo. Doug Wilson refere-se a isso como “calvinismo chertertoniano”. Pode inscrever-me nele. Serei recíproco com seus atos e desfrutarei os bens comuns com aqueles que pensam que passo muito tempo em Genebra, mas não estou disposto a estender muito estes compromissos, pois sei que há um bem último que ultrapassa o bem imediato.
Estou especialmente consciente e, consequentemente, alérgico à tendência de muitos a manter comunhões atomizadas, que torna-os enclaves da ultra ortodoxia. Estou menos inclinado a manter-me entre estes e desinteressado em elaborar algo em seu meio.
Uma das muitas preocupações que tenho — mesmo recentemente — é com os que marcariam o rótulo de “herege” sobre aqueles cujas vidas foram um investimento de graça sobre graça e cujos frutos em trinta ou quarenta anos mostraram-se mais como jardins do que como guetos profanados. Você os conhecerá pelos seus frutos, e quando seus frutos levam ao hype isolamento, pois ninguém mais usa os mesmos pijamas que eles, estou apropriadamente falando: “fora”.
É por isso que é mais fácil hoje ter comunhão com bons batistas, que veem a batalha pelo que ela é, do que com presbiterianos, que podem compartilhar minhas inclinações teológicas, mas cujos meandros políticos deixam-me sem palavras.
Quando Israel festejava, festejava com entusiasmo, pois sabiam que tinham um inimigo em comum. Eles sabiam que a guerra à frente tinha um alvo, e que todos nós compartilhamos uma visão conjunta sobre o bem comum e sobre aquelas coisas que destroem o bem comum. De maneira similar, haverá maior amizade e festa entre aqueles que compartilham aspirações litúrgicas e políticas em comum, e, enquanto outros podem compartilhar uma aparência de comunalidade, sempre haverá níveis de amizade.
O princípio é: “com quem você festeja?”. “A presença de quem oferece um ritmo de rituais compartilhados e telos, que torna sua presença muito mais significativa, suas conversas mais enriquecedoras e suas despedidas mais tristes?”.
Estas, finalmente, são as pessoas com as quais você construíra alianças e estratégias e com as quais você criará uma comunidade.
Todo homem/mulher deve ter um círculo de influência e amizade, mas os companheiros de batalha são aqueles que estão mais próximos, cujas vozes harmonizam-se com a razão da festa e que veem o inimigo apropriadamente.
Tradução: Felipe Barnabé
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