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Em defesa da linguagem forte

por R. J. Rushdoony

Uma mulher bem desagradável e insolente disse-me certa vez: “O cristão deve ser gentil com todos”. Ela queria dizer que eu tinha de aceitar suas críticas desrespeitosas e ser dócil com ela. Será que ela estava com a razão? Um ministro tentou dizer-me, na semana passada, que todos devemos ser como Jesus, que, segundo este ministro, amava a todos e nunca dizia uma palavra indelicada a ninguém nem se permitia proferir insultos. Será que ele estava com a razão?

Não segundo a minha Bíblia. Jesus chamou Herodes de “essa raposa” (Lucas 13.32); chamou os fariseus de “hipócritas”, “guias cegos, que coam um mosquito e engolem um camelo”; “sepulcros caiados”; “serpentes”; “raça de víboras” (Mateus 23.23-33); e muito mais. Certa vez, chamou até Pedro de “Satanás” (Mateus 16.23) por aconselhar uma ação errada.

Tampouco a linguagem forte e direta está ausente nos profetas e apóstolos. A Bíblia ressoa a forte condenação de muitíssimas pessoas e nações, de pecados e pecadores. Nem Jesus Cristo nem a Bíblia são “gentis com todos”, nem podem vir a sê-lo, sem pecado.

A linguagem contundente da Bíblia não representa pecado ou fraqueza da parte dos profetas, apóstolos ou de Jesus Cristo. Sua ira é justa, sua linguagem clara e direta é uma indignação santa e um justo juízo.

Um dos pecados de nossa era é a falta de linguagem forte no que diz respeito ao mal. Nada parece ser chamado pelo nome certo nestes dias. Assassinos são chamados de “combatentes da liberdade” e bandos revolucionários são chamados de oprimidos e desfavorecidos a quem devemos subsidiar. Criminosos são chamados de vítimas do ambiente, e assim por diante. Por causa da incapacidade de muitos de enfrentar os fatos com franqueza, são facilmente vencidos por canalhas e tolos. Toleram-se pessoas más e insensatas e permitem-lhes dedicar tempo e atenção para estorvar homens e mulheres piedosos.

Não podemos lidar com o mal a menos que, em primeiro lugar, o enfrentemos pelo que é chamando-o pelo nome. Já tivemos gentileza demais da parte de políticos e pregadores. É hora de usar um pouco de linguagem contundente, firme e direta e, então, pela graça de Deus, tomar providências contra os poderes do mal. Não conseguiremos vencer uma batalha até que, antes de tudo, reconheçamos que estamos em guerra.

Precisamos de linguagem forte, ações fortes e homens fortes. Que Deus nos dê tais homens!

Tradução: William Campos da Cruz