“Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10.47)
Como uma pessoa é justificada, é pela fé ou pelo batismo?
É um dever de todo novo convertido se submeter ao rito do batismo conforme ordenado pelo Senhor Jesus. Mas perguntamos: o Senhor instituiu o batismo como o meio de se obter a justificação ou é um sinal da limpeza espiritual que se dá pela fé nele? Embora existam diversas Escrituras que ensinem claramente que somos justificados pela fé, nunca se afirma que uma pessoa é justificada pelo batismo. Então, parece razoável supor que o batismo significa a justificação que foi anteriormente recebida pela fé.
É salutar analisar a experiência de conversão de Cornélio como um “teste” nesse aspecto. A salvação é obtida pelo batismo ou é recebida pela fé, e seguida pelo batismo? A história de Cornélio é esboçada com cuidado no livro de Atos porque ele e os seus parentes foram os primeiros convertidos gentílicos admitidos na igreja (por favor, leia Atos, capítulos 10, 11.1-18 e 15.7-11).
Um anjo disse a Cornélio para encontrar Simão Pedro, “o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa” (Atos 11.14). A família e os amigos de Cornélio se juntaram para ouvir o que Pedro tinha a dizer. O apóstolo pregou o evangelho do Senhor Jesus Cristo, prometendo “que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10.43). Enquanto ele falava, o Espírito Santo veio sobre o grupo. Pedro e os judeus cristãos estavam impressionados porque eles se deram conta que Deus tinha recebido os gentios na igreja.
Depois de visitar Cornélio, o apóstolo Pedro teve de defender as suas ações diante da comunidade cristã judaica em Jerusalém para explicar por que ele tinha entrado na casa de um gentio e tinha recebido gentios na igreja (Atos 11). Vários anos depois, Pedro se refere novamente a esse evento momentoso no Concílio de Jerusalém:
“Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem. Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração” (Atos 15.7-9)
Então, sabemos que enquanto eles estavam ouvindo o evangelho, Cornélio e os gentios creram em Cristo e Deus purificou os seus corações pela fé. O que o apóstolo Pedro deveria fazer nessa situação? Ele pensou: “Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10.47). Naturalmente, Pedro ordenou o batismo dos novos convertidos.
Perceba que eles foram batizados depois de ouvir o evangelho. Eles foram batizados depois de crer em Cristo. Eles foram batizados depois de receber o Espírito. Eles foram batizados depois de os seus corações serem purificados pela fé.
Não podemos descartar esse exemplo claro como uma exceção. O próprio apóstolo Pedro o apresenta como o modelo para a salvação de todas as pessoas. Ele declarou perante o Concílio de Jersualém: “Mas cremos que [nós, judeus] fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram [Cornélio e os outros gentios]”. Este, então, é padrão bíblico para todas as pessoas, quer judeus quer gentios. Nós somos perdoados e purificados pela fé em Cristo, seguindo-se o batismo para significar essa incrível verdade.
Este é o capítulo 13 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.
Tradução por Guilherme Cordeiro.