“Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Romanos 2.13)
Vamos dizer que eu sou acusado diante de um magistrado por direção imprudente e velocidade acima do limite. O meu advogado argumenta que eu passei no meu teste de direção, possuo uma carteira de habilitação válida e que estou plenamente familiarizado com o código de trânsito, incluindo o limite de velocidade. Ademais, eu nem sempre dirijo de forma imprudente e tem outros motoristas que são bem piores do que eu.
Isso salvaria a minha pele? Dificilmente!
Pelo contrário, já que eu conheço a lei tão bem, eu sou ainda mais responsável. Tendo ignorado as regulações de trânsito, eu tenho ainda mais culpa por ter transgredido a lei.
Todos conhecemos a lei de Deus. O preceitos morais da lei estão escritos na nossa consciência. Sabemos que é errado furtar porque não queremos que ninguém tome os nossos bens. Sabemos que é errado mentir porque queremos que os outros nos digam a verdade. Ademais, muitos de nós que foram criados numa família cristã, aprendemos os Dez Mandamentos e o ensinamento moral da Bíblia desde a nossa infância.
Temos a responsabilidade de obedecer a lei de Deus, porque Ele nos fez seres morais, capazes de discernir entre o bem e o mal. Temos dívidas para com Deus, nosso Criador e Mestre, por criar e sustentar a nossa vida e, portanto, devemos alegremente nos submeter à Sua autoridade e governo.
Mas precisamos encarar de imediato a questão de termos ou não realmente O obedecido perfeitamente como deveríamos. Eu sou justo perante Deus?
Seria tolice da minha parte argumentar que eu sou justo porque eu sei o que é bom e o que é mau. O conhecimento da lei me torna responsável, mas não me torna justo. Se eu sempre obedeci à lei perfeitamente, então sim, Deus me declararia justo. Os feitores da lei serão justificados. Isso é pura e simplesmente justiça.
Porém, eu me iludo se eu espero que Deus vá me justificar, no final das contas, por conta da minha performance. Será que o Juiz do universo vai me pronunciar como justo, tendo eu quebrado tão frequentemente a Sua lei?
Eu não tenho defesas válidas. Eu sei o que é bom e mau, mas eu frequentemente falhei em fazer o que eu deveria ter feito e eu frequentemente fiz o que eu deveria ter evitado. É inútil me comparar com as pessoas que são piores do que eu. Eu ainda sou um transgressor da lei. Nem posso eu apelar para as minhas boas obras; elas não apagam as minhas obras más.
A justiça não é boas novas para nós. Ela seria se nós fôssemos perfeitos. Mas precisamos admitir diante de Deus que somos transgressores da lei e culpados e que Ele é justo em nos condenar e punir. Nesse ponto, somente podemos apelar por misericórdia. Então, a porta estará aberta para a abundante graça de Deus em Cristo Jesus, seu Filho.
Este é o capítulo 3 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.
Tradução por Guilherme Cordeiro.
Foto: Neonbrand