“… pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.23-24)
A graça é linda. Ela captura a bondade e generosidade do coração de Deus para com o seu povo.
O que “graça” realmente significa? A Bíblia contrasta a graça com o salário ou pagamento que um trabalhador recebe pelo seu trabalho. “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida” (Romanos 4.4). O trabalhador merece o seu pagamento. A graça é o exato oposto do mérito; é um presente, um favor imerecido.
Então quando a Bíblia diz que somos justificados pela graça ela quer dizer que nós não merecemos ela. Pelo contrário, “todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Não temos obedecido a sua lei e, por isso, todos devemos ser condenados. Contudo, Deus justifica algumas dessas mesmas pessoas que merecem a punição do inferno. Isso é graça.
Não podemos trabalhar, talvez com a ajuda de Deus, para merecer a nossa justificação ou pelo menos parte dela. Se tivéssemos de contribuir com qualquer mérito para a nossa justificação, não mais se poderia dizer que somos justificados pela graça. Como a Bíblia diz em outro lugar: “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11.6).
Mas a justificação é puramente pela graça, como a Bíblia declara. “Justificados gratuitamente, por sua graça”. É um presente gratuito. Deus justifica os crentes não porque ele de algum modo é obrigado a fazê-lo, nem porque ele deva algo para eles, mas simplesmente porque ele quer ser bom para com pecadores imerecedores. Eles não pagam nada, eles não trabalham para conseguir a nossa justificação.
Não que a justificação seja barata! Ela não custa nada para o homem; já para Deus, ele deu o seu Filho amado para pagar esse presente que não tem preço. A justificação é “mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. O Filho de Deus comprou a liberdade do seu povo com o seu precioso sangue.
Qualquer tentativa de adicionar a obediência humana à lei para merecer a justificação é uma negação tanto da graça quanto da eficácia da cruz de Cristo. “Não anulo a graça de Deus”, diz o apóstolo Paulo, “pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gálatas 2.21).
Como crentes em Cristo, nem sonhamos em rejeitar a graça ou duvidar do poder da cruz. Nunca vamos parar de louvar a Deus por nos perdoar da punição que merecíamos, por enviar o seu Filho para morrer na cruz no nosso lugar e nos declarar justos por causa de Jesus. Ele nos salvou “para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Efésios 1.6). Não impressiona que a graça seja o tema do nosso alegre cântico por toda a eternidade.
Este é o capítulo 10 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.
Tradução por Guilherme Cordeiro.