As mulheres judias esperavam por um messias. Elas ansiavam ser a mãe do Salvador. Elas tinham filhos na esperança de um messias. Elas criavam, alimentavam, ensinavam e abrigavam os seus filhos em antecipação. Antecipação de salvação. Esperança de uma vitória. Fé nas promessas de Deus.
E — tantos anos depois — aqui estamos nós, fazendo muitas daquelas mesmas pequenas tarefas. Corpos doloridos carregando novas vidas. Bebês de peito nos despertando ao longo das noites. Pequenas crianças com pequenas necessidades. Bocas para alimentar, mais e mais. Pisos para limpar, roupas para estender, necessidades físicas para atender.
Vitória
Mas estamos num momento diferente nesta história. Agora, já não somos mães em esperança. Já somos mães em vitória. Não criamos filhos para limpar um campo para plantio; criamos nossos filhos para trabalhar na colheita!
Pode ser extremamente fácil cair nos detalhes da maternidade: os detalhes das tampas perdidas de copos com canudinho; das tintas de aquarela; o trabalho exigente de manter a geladeira cheia e a lavanderia vazia; a preocupação com as notas no ensino médio e com os estudos universitários; o trabalho de colocar e tirar as crianças dos nossos carros. É fácil gastarmos o dia inteiro nos detalhes e nos esquecermos de ver qual é a grande história.
Os sacrifícios que fazemos todos os dias não são feitos em uma batalha perdida. Eles são os sacrifícios dos vitoriosos. Eles são o preço de uma guerra vencedora.
Flechas
Deus não compartilha de nossa visão sentimental de maternidade. Embora Ele se deleite nas crianças, não fala de maneira fofa sobre elas numa sessão de fotos. Ele as compara, não com fadas minúsculas ou com flores frágeis, mas com flechas! Para Ele, crianças são armas nas mãos de um homem poderoso.
Deus não ordena que desejemos a bênção de filhos porque suas vozes alegres tornarão nossas casas aconchegantes, mas Ele nos manda desejar filhos que lutarão com o inimigo na porta.
É natural e bom que nos deleitemos nas pequenas coisas com nossos filhos. Mas Deus não ordena que as mães se regozijem com as covinhas no cotovelo e com o cheiro da cabeça de um bebê novinho. Não nos manda sorrir enquanto os vemos a dormir ou amar como ficam de pijama. Ele não nos diz essas coisas porque não precisa dizer. Esse é o amor natural de uma mãe por seus filhos.
Mas precisamos ser lembradas (e carecemos desse lembrete!) de que devemos amar nossos filhos, não por causa deles mesmos, mas pelo que Deus está fazendo por meio deles. Precisamos de um amor sobrenatural. Precisamos crer na vitória do Senhor e ser mães em plena confiança e fé.
“Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador” (Salmo 8.2)
Estamos alimentando essas bocas — essas são as bocas que Deus se determinou usar para silenciar o inimigo.
A vitória é nossa, porque o Salvador é nosso!
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Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – 12 maio de 2012.
Fonte: Desiring God