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Miguel Rizzo Jr., “Príncipe dos Oradores Sacros do Brasil”.

O Rev. Miguel Rizzo Júnior, pastor da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, foi um autor prolífico, considerado o pregador mais eloquente da sua geração. Seus livros são coletâneas de reflexões edificantes sobre uma grande variedade de temas bíblicos, muitas vezes entremeadas de vívidas historietas e ilustrações. Os textos não possuíam interesse proselitista e evitavam questões dogmáticas.

Eis o que nos diz Joaquim Rodrigues Gonçalves em Aquém do véu (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991), sua biografia acerca deste grande pregador:

O Rev. Miguel Rizzo Jr. encarna, sem dúvida nenhuma, com muita justiça, todos os ex-alunos do Seminário que se têm distinguido no púlpito. Caracterizam-no como pregador sua capacidade de análise dos assuntos que versa, e grande clareza de exposição. Tem acentuado pendor pela psicologia e faz desta ciência moderna constantes aplicações úteis e pertinentes. Estudioso e lido, ilustra com precisão as suas mensagens, sendo por todos esses títulos ouvido com muito agrado em toda parte. Ao lado de todas essas qualidades outra mais preciosa adorna a prédica desse ministro, o caráter conservador de seus conceitos. (p. 41)

Rizzo foi um dos criadores do estilo de sermão que surgiu no Seminário de Campinas, com exórdio, exposição ou narração, argumentação, peroração e conclusão, era fácil ao ouvinte acompanhar sua mensagem e gravá-la na memória. Grande era, sobretudo, sua fama de orador. Estudantes de Teologia não perdiam as famosas prédicas proferidas aos domingos à noite, no templo da Rua Helvétia. Nos dias em que ele deveria falar, o templo regurgitava, não raro, bem antes do início do serviço religioso. Suas prédicas eram anotadas e gravadas por muitas pessoas. Os teologandos até lhe estudavam os mínimos gestos, inclusive, a tirada do lenço, do bolso esquerdo, ao alto do paletó. Passava o lenço na testa e o guardava. Alguns imitavam até este pormenor. (p. 51)

Como orador sacro o Rev. Miguel Rizzo, dentro de sua época, não tinha rival. Quem tentasse imitá-lo, faria uma representação pobre, sem jamais atingir as culminâncias do “Príncipe dos Oradores Sacros do Brasil”. Sua exegese era segura, sem forçar o texto, revelando o estudo cuidadoso e a análise profunda nos campos das ideias e da ciência. Apercebendo-se do valor das ilustrações usava-as na dosagem certa, encaixando-as na mensagem de maneira a levar o ouvinte a melhor compreensão do assunto ao mesmo tempo em que prendia sua atenção e provocava seu interesse. Não usava esboço escrito. Decorava-o, após escolhido o texto estudado, adotava o tema e procedia à divisão. Ajustava as suas divisões e, assim, tudo pronto e escrito, ele decorava o esboço. De modo que ninguém o via ler o sermão, nem mesmo o esboço. (p. 57-58)

A Editora Monergismo tem se esforçado em republicar algumas de suas obras em formato digital. Eis algumas já disponíveis para aquisição: Prece divinal e Varão de dores.

Outros estão em preparando, sendo que alguns já podem ser adquiridos em pré-venda (como Manto de púrpura, Religião cristã, Jesus Cristo (volume 1) e Jesus Cristo (volume 2).

Em breve relançaremos não somente outros títulos deste pregador distinto na história do protestantismo no Brasil, mas também a sua biografia mencionada.

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