O culto acabou, e agora? Muitos optam por uma soneca, o que é bom até certo ponto. No entanto, nem a Bíblia nem a Confissão nos dizem para sermos preguiçosos. Não é nada bom você estar esfregando os olhos, sonolento, enquanto chega tarde para o culto noturno! Ora, não estou, é claro, argumentando contra o descanso físico, mas contra o seu excesso. Enfim, o culto da manhã terminou, e agora? Bem, deixe-me sugerir algumas coisas.
Primeiro, deixe-me encorajá-lo a conversar com os santos sobre o que vocês acabaram de ouvir. Ao longo dos anos tenho observado muitas conversas após o culto e a grande maioria delas não é a respeito do sermão que acabou de ser pregado. É verdade que isso é mais culpa minha do que da minha congregação, mas, para fins de discussão, digamos que culturalmente nós não estamos condicionados a ter essas santas conversações após o culto. Deixe-me sugerir que não é tarde demais para mudar. Comece com uma pergunta fácil como: “O que você aprendeu com esse sermão?” ou “O que essa mensagem fez você desejar?” ou “Como você foi confrontado ao ouvir esse sermão?”
Segundo, no caminho para casa, o pai deve propor uma pergunta que tenha surgido a partir do sermão e que se tornará tema de reflexão durante o almoço. Isso significa que o pai está empenhado em ouvir ativamente sua família. Ele toma notas e pensa durante o sermão. Pode até fazer uma ou duas perguntas ao pastor antes de sair da igreja. Não precisa ser um enigma teológico, mas algo que o pai deseja destacar, ou alguma aplicação prática que possa ser extraída do sermão e ampliada. Ele pode até perguntar como o culto funcionou tematicamente ou como as músicas interagiram com a mensagem?
Terceiro, o Dia do Senhor é um dia de festa. Planeje fazer algo simples que todos gostem. Curiosamente, por um tempo, isso significava pizzas e batatas fritas congeladas para nós! Mas além de “festejar”, reúna-se em volta da mesa e tenha discussões informais, mas relevantes. Obviamente, quando seus filhos são mais novos, isso se torna um pouco mais difícil! Mas depois que seus filhos envelhecerem isso se tornará uma das melhores partes da semana. Esta é uma oportunidade para conversar informalmente e de forma descontraída sobre coisas que importam e sobre como se aplicam à vida. Esta não é uma instrução formal, é uma oportunidade de ensinar seus filhos a ter uma conversa adulta acerca das coisas mais básicas da vida.
Quarto, e espero que isso seja óbvio, não deixe as atividades da semana acumularem no Dia do Senhor. Por exemplo, quando as crianças estão em idade escolar, é muito tentador deixar que as tarefas de casa interfiram neste dia de descanso. Resista. Avise-as na sexta-feira que o dever de casa precisa ser concluído até sábado à noite. Lute por isso. Caso contrário, acabará perdendo seu dia para trabalhar.
Quinto, estabeleça uma rotina que possibilite seu retorno à igreja, para o culto noturno. Antes de sair de casa leia o texto que será pregado. E então, no caminho, pensem juntos sobre como o pastor poderia desenvolver sua mensagem. O objetivo é ajudar a família a começar a pensar ativamente antes de chegar.
Irmãos e irmãs, não há nada de mágico no Dia do Senhor. No entanto, se você o guardou fielmente ao longo dos anos, sabe como pode ser prazeroso. E se você mantiver essa ideia com alegria, seus filhos perceberão. Será contagioso. Eles valorizarão aquele dia a cada sete em que poderão adorar e descansar. O que desejo para meus próprios filhos é que digam sobre o Dia do Senhor o que Samuel Wilberforce (filho de William) disse: “Oh, que bênção é o domingo, colocado entre as ondas dos negócios mundanos como o caminho divino dos israelitas através do mar.” Ah, essa é uma ótima imagem. Alegremo-nos neste dia.
Jeffrey A. Stivason é pastor (Grace RPC, graceingibsonia.org) e professor de Novo Testamento no Reformed Presbyterian Theological Seminary em Pittsburgh, PA. Ele também é editor do placefortruth.com.
Tradução: Rafael Sanguinetti
Fonte: https://gentlereformation.com/2024/01/07/after-church-then-what/