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O Propósito da Lei por Joseph Mizzi

visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20)

A Bíblia não podia ser mais clara sobre essa questão. “… ninguém será justificado diante dele por obras da lei”. Deus nunca vai declarar qualquer pessoa justa com base na sua obediência à lei. Contudo, muitas pessoas presumem que vai dar tudo certo para elas no fim se elas viverem uma vida, em geral, boa.

Isso é um erro fatal. A lei não foi dada para nos salvar. Nem uma única pessoa vai ser justificada pelas obras da lei. Você e eu não vamos ser justificados pela lei também. E por uma razão muito simples: “em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”.

A lei é justa; o nosso histórico moral não é. A lei é uma régua reta; a nossa vida é uma linha torta. A régua não pode tornar a linha reta, ela só pode mostrar que ela não o é. A lei não nos justifica, ela simplesmente nos mostra que falhamos em cumprir os padrões morais de Deus e, como tal, ela só pode nos acusar e condenar.

A lei é como um espelho. Olhando no espelho da lei de Deus, vemos os nossos rostos manchados e imundos com pecado. De uma forma ou de outra, quebramos cada um dos Dez Mandamentos. Temos desobedecido a Deus de formas tão diferentes. Nós nem sempre amamos a Deus com todo o nosso coração, nem damos graças e o glorificamos como deveríamos. Temos colocado a nossa vontade e interesses antes do que ele e temos desejado riqueza, saúde e prosperidade mais do que a Deus. Temos sido desobedientes a nossos pais, nem sempre temos sido puros, honestos, generosos e verdadeiros.

O veredito de Deus sobre o mundo inteiro é definitivo: “Não há justo, nem um sequer” (Romanos 3.10). Isso nos inclui. Deus diz que nós não somos justos. Ele deu a lei “para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (Romanos 3.19). Não temos desculpas; seria melhor calarmos a nossa boca e esconder a nossa cara de vergonha na presença dele.

É só até aí que a lei pode nos levar. A lei não pode nos limpar, assim como um homem não pode limpar o seu rosto com um espelho. Ainda assim, o espelho serviria a um propósito muito útil caso o homem, tendo percebido o seu problema, resolva limpar o seu rosto com água e sabão. Da mesma forma, a lei de Deus é indispensável para nos persuadir da nossa maior necessidade espiritual. A lei nos convence do pecado, revela a nossa culpa e nos ameaça com a punição eterna. É bom que fiquemos aterrorizados com a lei de Deus! Contudo, não devemos nos desesperar. Conscientes do nosso pecado, devemos fugir para Deus, sem qualquer pretensão de mérito pessoal e humildemente clamarmos por misericórdia. Podemos nos recompor e irmos ao Deus cuja lei temos quebrado, porque sabemos que ele “enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5). Deus enviou Jesus para fazer por nós o que a lei nunca poderia fazer; ele veio nos redimir e nos livrar do pecado.

A nossa jornada espiritual começa no Monte Sinai. Ali, trememos de medo diante dos trovões e fogo da lei de Deus. Podemos fugir em busca de abrigo e salvação e, pela graça de Deus, somos levados ao Gólgota, à cruz de Jesus. Ali, somente em Cristo, encontramos a nossa justificação.

Este é o capítulo 9 do livreto Right with God de Joseph Mizzi.

Tradução por Guilherme Cordeiro.