No Covenantal Apologetics(Apologética Pactual), Scott Oliphint argumenta que a defesa e proclamação da verdade sobre Deus é melhor feita a partir de uma perspectiva de aliança. Deus sempre permanece Deus e ainda se relaciona autenticamente com sua criação. Isso significa que todos estão em uma relação com Deus, seja em obediência ou rebelião. A verdade fundamental que essa relação de aliança deixa claro é que Deus está certo, o cristianismo é verdadeiro e qualquer coisa que se oponha a ele é falsa.
É essa posição que Oliphint, professor de apologética e teologia sistemática no Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia, procura não apenas explicar, mas também modelar nos sete capítulos deste livro. Ele primeiro define e defende seus princípios e, em seguida, usa exemplos de conversação para demonstrar sua prática. Este é um dos muitos benefícios de seu livro instigante e legível.
A introdução fornece um roteiro para o leitor e um resumo de cada capítulo. Fundamental para a compreensão de Oliphint é o reconhecimento de que sua visão da apologética vê o sucesso como nada menos que um compromisso radical com a mudança de vida. A apologética é evangelística em todos os sentidos.
Para Oliphint, a apologética da aliança é uma maneira melhor de entender o método pressuposicional de Van Til que ele acredita ser a única abordagem apologética que é consistente com a teologia reformada. Ele não é tímido sobre sua posição, assumindo que a teologia reformada é “a melhor e mais consistente expressão da fé cristã” (p. 30).
O capítulo 1 apresenta uma breve, mas inteligente visão geral da história redentora que destaca dois fatos principais: Deus está trabalhando todas as coisas para a sua glória, e todos estão em uma relação com Deus e, portanto, precisam responder a ele reconhecendo que Jesus Cristo é o Senhor. Oliphint é claro: o senhorio de Cristo é fundamental para a defesa do cristianismo. Para o apologista isso significa simplesmente que o senhorio de Cristo é verdadeiro para todos, e “a expressão verbal do senhorio de Cristo” na Bíblia é “autoritária mesmo sobre aqueles que a rejeitam” (p. 37). O capítulo conclui com uma explicação clara de dez princípios que formam a base crucial para seu esquema e método apologético. Eu os achei muito prestativos e fiquei grato por alguém ter pensado em listá-los convenientemente em uma página para referência futura.
O capítulo 2 é entregue a uma apresentação muito completa e útil da importância do senhorio de Cristo no método apologético. Aqui vemos o benefício da teologia sistemática na formulação de uma defesa bíblica da verdade. Especificamente, seções descrevendo a maneira pela qual o Filho revela a Divindade, a natureza da humilhação do Filho e a discussão das questões trinitárias são todas envolventes.
O capítulo 3 volta-se para o tema da prova e seu lugar no discurso apologético. Como pregador fiquei encantado que Oliphint reconheça a estreita relação entre pregação e apologética. A declaração e a defesa da verdade também devem vir do púlpito, uma vez que o conteúdo da apologética e a exposição das Escrituras se sobrepõem substancialmente. É o evangelho de Jesus Cristo e não o modo de comunicação que deve sempre ter precedência.
No capítulo 4, Oliphint defende sua preferência pela persuasão sobre o que ele chama de “provas rigorosas e demonstrativas” (p. 127). Como sempre, suas razões são profundamente teológicas e se relacionam com os princípios. Enquanto suas explicações aqui às vezes levam o leitor a caminhos tediosos, vale a pena caminhar com cuidado. Sua consistência é impressionante, mas só pode ser entendida e apreciada após uma subida bastante longa.
Os capítulos 5–7 oferecem ao leitor a oportunidade de ver os princípios de Oliphint e a abordagem da aliança em ação. Ele assume o “calcanhar de Aquiles” (p. 161) – isto é, o problema do mal – no capítulo 5 e modela seu método em uma conversa fictícia entre um objetor ateu e um apologista da aliança. O capítulo 6 é bem refrescante, pois descreve o benefício de uma maneira cativante que deve adornar o evangelho em todas as defesas do cristianismo. No último capítulo, Oliphint enfrenta o apologista islâmico em outra longa conversa. Oliphint deve ser elogiado por tentar ensinar e modelar seu método, embora se torne aparente nas conversas fictícias que a facilidade como um apologista do pacto exigirá preparação intelectual e bíblica.
Em geral, este livro é muito útil para apresentar uma nova abordagem do método apologético pressuposicional. Mas suspeito que fará mais para encorajar os seguidores de Van Til do que convencer os evidencialista comprometidos a mudar seu método.
Oliphint está certo em dizer que seu método surge de um compromisso com a teologia reformada. Aqueles que não concordam com ele teologicamente não serão convencidos. Diante disso, o valor real de grande alcance desse volume bem escrito pode ser que Deus o use para desafiar os fundamentos teológicos daqueles comprometidos com um método apologético que erroneamente assume que a fé pode ser reunida através de evidências.
Apologética Covenantal de Scott Oliphint é uma leitura digna por pelo menos três razões. Primeiro, é pastoralmente teológico. Muitas partes aquecerão sua alma. Em segundo lugar, ele irá lembrá-lo cuidadosamente de que todo seguidor de Cristo é chamado como portador da imagem de Deus para conhecer e defender sua verdade. Por fim, diminuirá o pânico que todos sentimos quando enfrentamos um oponente antagônico, lembrando que o Cristianismo está certo e que a Escritura é autoritária, mesmo para aqueles que continuam a suprimir sua verdade em injustiça.
David W. Hegg
Grace Baptist Church
Santa Clarita, Califórnia, EUA
Traduzido por Felipe Barnabé
Fonte: Covenantal Apologetics: Principles and Practice in Defense of Our Faith