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Seja Mentalmente Celestial para que Você Seja Terrestremente Bom por T. D. Alexander

“Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.   ”(Ecl. 1:2)!Assim, clama o autor de Eclesiastes enquanto ele tenta dar sentido a esse mundo “debaixo do sol”.

Olhando em volta, é fácil concluir que a vida é um absurdo.

Nós vivemos em um mundo cheio de injustiça. Pessoas más prosperam; pessoas boas sofrem.

Nós vivemos em um mundo aterrorizado pela morte. A vida pode ser extinta inesperadamente. A morte vem para todos; ninguém escapa.

Nós vivemos em um mundo que lança o inesperado em nós. Nossa incapacidade de controlar nosso destino aumenta nossa sensação de desespero e desesperança. Para alguns em circunstâncias difíceis, a morte pode parecer melhor do que a própria vida.

Enquanto os cristãos não estão imunes a sentimentos de desespero e desesperança, a fé em Jesus Cristo diminui a dor do pessimismo e do desespero. A fé no Filho de Deus ressurreto nos dá confiança para confiar que esta vida é apenas o prelúdio de algo mais maravilhoso.

Cidade por Vir

A Bíblia não apresenta uma imagem vaga e confusa da vida por vir – embora muitos cristãos pareçam estar mal informados sobre o futuro que os espera. A visão do apóstolo João da Nova Jerusalém está repleta de lembretes simbólicos de como Deus estabelecerá uma cidade eterna em um mundo renovado, unindo o céu e a terra (Apocalipse 21: 1–22: 5).

O autor de Hebreus nos encoraja a esperar pela “cidade que há de vir” (Hb 13:14; cf. 11: 8–16, 39–40; 12:22). O apóstolo Paulo também acreditava em uma futura metrópole, contrastando a atual cidade de Jerusalém com uma “Jerusalém lá de cima” (Gl. 4.21-31). É importante notar que Paulo se considerava cidadão desta cidade eterna (Fil. 3:20). Por essa razão, ele comparou sua atual experiência “transitória” da vida com a vida “eterna” que está por vir. Para confortar e encorajar os seguidores de Cristo em Corinto, ele escreveu:

Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. (2 Co. 4:16-18) 

Paulo entendeu bem como uma fé vibrante no mundo vindouro pode afetar nossas vidas no presente. Pode ser uma fonte de força profunda quando enfrentamos desafios terríveis.

Concentrar-se na cidade por vir também nos impede de ser cativados pelas atrações efêmeras do presente mundo. Com razão, Jesus adverte seus seguidores:

Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (Mt 6:19-21)

Cidadãos da Nova Jerusalém

Os cristãos são frequentemente ridicularizados por promoverem uma mentalidade de “festa no céu”, especialmente quando falam de uma cidade futura e eterna. Mas tal perspectiva não reflete o ensino da Bíblia. Jesus não instruiu seus discípulos a orar: “Leve-me para o céu”, mas sim: “venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt. 6.10).

Para aqueles unidos a Jesus Cristo, a vida eterna começa aqui e agora, assim como a cidadania na cidade eterna.

Jesus desafia seus seguidores a orar e trabalhar pela expansão do governo de Deus, todo o tempo olhando para a frente na fé para a vinda da cidade de Deus. Este último deve influenciar profundamente como fazemos o primeiro.

Devemos viver neste mundo como cidadãos do mundo por vir, influenciados pelos seus valores e virtudes.
Devemos exercitar a verdadeira humildade, lembrando que fomos redimidos do mal somente pela graça de Deus e não por nossas próprias realizações ou piedade.
Devemos testemunhar uma visão de mundo alternativa que promova a crença em um Deus Criador, destacando a inadequação de uma visão puramente materialista da existência humana.
Devemos ser pacificadores, reconciliando aqueles que estão alienados, especialmente de Deus.
Devemos fazer discípulos de Jesus Cristo, estendendo o reino de Deus por todo o mundo através do amor auto-sacrificial.
Devemos ter fome e sede de justiça, cuidando dos oprimidos e promovendo justiça para o benefício dos marginalizados.
Devemos resistir aos poderes do mal, armando-nos para a batalha espiritual que continua em fúria até o retorno de Cristo.
Devemos nos considerar exilados e peregrinos na “Babilônia”, segurando levianamente a esta vida, mas vivendo neste mundo absurdo e maligno, em antecipação confiante de tudo o que Deus ainda fará.
Devemos viver vidas santas, visando a perfeição moral e a pureza pessoais.
Devemos amar os outros de todo o coração, incluindo nossos inimigos, como uma expressão e resultado de nosso sincero amor a Deus.
Devemos cumprir nossa capacidade criativa como construtores de casas e cidades, mas sempre reconhecendo a natureza temporária deste mundo presente.
Jesus Cristo chama seus seguidores para serem trabalhadores do reino aqui e agora. Trabalhamos com a garantia confiante de que Cristo retornará para tratar de toda injustiça, reivindicando e punindo conforme apropriado. Então, com a derrota do mal, Deus estabelecerá sua cidade eterna em uma terra renovada.

T.D. Alexander é professor sênior de estudos bíblicos e diretor de estudos de pós-graduação no Union Theological College, em Belfast, Irlanda do Norte, e presbítero da Fitzroy Presbyterian Church. Ele é autor de The City of God and the Goal of Creation: An Introduction to the Biblical Theology of the City of God and From Paradise to the Promised Land: An Introduction to the Pentateuch.

Traduzido por Felipe Barnabé

SEO: Muitos cristãos estão mal informados sobre o futuro que os aguarda. Você está?

Fonte: https://www.thegospelcoalition.org/article/heavenly-minded-youre-earthly-good/